sábado, 17 de julho de 2010

CINOTERAPIA

A Cinoterapia é uma terapia facilitada por cães, onde profissionais de diversas áreas utilizam este instrumento como reforçador, estimulador e facilitador da reabilitação global do paciente.

Há benefícios educacionais, recreacionais ou motivacionais a partir do contato com o animal. O animal faz parte de um processo terapêutico, com objetivos claros e definidos, como na fisioterapia.
Independente do tipo de programa, todos animais devem ter seu
temperamento testado, detectado pelo veterinário e recebem treinamento de obediência antes de iniciar o trabalho com pacientes.

Os benefícios são numerosos, além daqueles disponíveis pelas terapias tradicionais. Permite a terapeutas usarem como ferramenta de tratamento um animal, tendo como objetivo uma variedade de metas, conforme a diagnose dos casos de seus pacientes. Estas incluem: melhorar o alcance de movimento dos pacientes, ganho de força e resistência muscular, melhoria do equilíbrio, aumento da mobilidade e propriocepção. O paciente recebe também benefícios psico-sociais tais como a construção de relações, aumentando a auto-estima e motivação.

É importante existir um trabalho multidisciplinar, com a colaboração de fisioterapeuta, psicólogo, pedagogo e veterinário (que realiza o controle sanitário e também observa o comportamento do animal).


Histórico

Os primeiros informes que falam claramente da utilização de animais no tratamento de enfermidades procedem do York Retreat, fundado em 1792 na Inglaterra. Desde sua fundação, William Tuke, pioneiro no tratamento de enfermos mentais sem métodos coercitivos, observou que os pacientes podiam aprender autocontrole se havia criaturas mais débeis que dependiam deles. No centro havia coelhos, galinhas e outros animais de granja e representou uma melhoria observável numa instituição desse tipo em sua época, já que os pacientes puderam desfrutar de um entorno mais humano. Em 1867, os animais de companhia interviam no tratamento de epilépticos em Bethel (Bielfield, Alemanha), o qual atualmente é um sanatório de pacientes afetados por transtornos físicos e mentais, cuidar de cachorros, gatos machos, cavalos, etc… formam parte do tratamento.

Em 1944, a Cruz Vermelha patrocinou um programa no Army Air Force Convalescent em Pawling (Nova York) mediante o qual empregavam a animais para reabilitar seus aviadores. Em 1948, o Dr. Samuel B. Ross fundou em Nova York , a granja Green Chimneys, a qual com os anos se têm constituído como a instituição mundial mais prestigiosa destinada a reeducação infantil e juvenil mediante atividades de terapias assistidas por animais. Na granja os rapazes se envolvem no cuidado dos animais e têm adquirido resultados espetaculares em crianças com diversos transtornos do comportamento.

Mas é graças a Jingles, o cachorro do Dr. Boris Levinson, que hoje em dia podemos desfrutar da Cinoterapia. O descobrimento ocorreu em 1953 em seu consultório.

Em seu livro intitulado Psicoterapia Infantil Assistida Por Animais relata as experiências vividas junto com seu cachorro e pacientes introvertidos que perdiam todas suas inibições e medos graças à presença do cão no consultório, ao favorecer a comunicação entre o psiquiatra e seus pacientes.

Em 1867, na Alemanha, cães foram usados em terapias com pacientes.

Em 1966, Erling Stodahl, músico cego, fundou o Centro Beitostolen, na Noruega, para a reabilitação de cegos e incapacitados. Usou cachorros e cavalos para trabalhar com pacientes em exercício, muitos deles aprenderam a esquiar, montar a cavalo e a desfrutar de uma vida mais normal que incluía uma atividade desportiva.

Em 1989, Redefer e Goodman, conduziram um estudo em que crianças com autismo interagiram com um cão de terapia e demonstraram aumento significativo em seus comportamentos pró-sociais.

Johnson, em 1983, discutiu os benefícios da Terapia com cães em trabalhos com crianças portadores de necessidades especiais. A Cinoterapia foi capaz de provocar boas respostas em crianças com necessidades especiais.


Animais apropriados para a Cinoterapia

Qualquer raça de cachorro pode ser um co-terapeuta, inclusive mestiços e cães sem raça definida. O uso de um cão para este trabalho dependerá muito de sua índole e aptidão.

Não precisam possuir pedigree, porém, devem ser saudáveis e dóceis, treinados, obedecer a alguns comandos e não possuir nenhuma reação que coloquem em risco o paciente.

A excelência no temperamento e sociabilidade fizeram do Labrador e do Golden Retriever as raças ideais para as atividades terapêuticas.

Características do animal co-terapeuta:

• ser muito sociável;
• interessar-se pelas pessoas;
• não ser agressivo nem medroso;
• não pode reagir à dor (causada acidentalmente ou quanto propositalmente).

Assim, o animal co-terapeuta é aquele que é calmo, tolerante, amigável, interessado. Para que o trabalho tenha êxito, ele tem que gostar da interação.

O animal escolhido deve passar por cerca de 5 etapas antes de estar apto:
• Treinamento de Obediência;
• Completo diagóstico Veterinário;
• Teste de Temperamento;
• Conclusão de Treinamento;
• Começar participando voluntáriamente como “estagiário” em TAA ou programas de visitação e apresentar conclusão de período probatório de 3 meses.

Objetivos no Tratamento

• Aplicar a Cinoterapia como recurso alternativo no tratamento de pacientes com diversas patologias.
• Possibilitar ao paciente uma complementação aos tratamentos alopáticos através do contato com o animal e a expressão da afetividade.
• Trabalhar o ser humano de modo holístico, equalizando o físico, mental e social.
• Utilizar o cão como um mediador do processo de reabilitação.



Mônica Mª. de Carvalho Hessel Michelato
Fisioterapeuta
CREFITO 3/10.775-F
Formação: Universidade Metodista de Piracicaba- UNIMEP
Especialização: Acupuntura- concluído em 2006.

2 comentários:

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